segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A formação do governante em Platão


Encontramos no Mito da caverna, o caminho que um governante deve percorrer para representar o estado ideal do pensamento de Platão. É o caminho de ascensão do interior da caverna, onde o mundo é conhecido através dos sentidos, para a abertura, se permitindo adentrar no mundo superior e inteligível, encontrando a Luz do sol que desvenda o conhecimento verdadeiro; o conhecimento do Bem em si, causador do belo e do justo. É esse o caminho que leva  quem recebeu uma natureza filosófica à um governante ético e sábio. Esse caminho deve ser conduzido por um processo pedagógico e político-cultural desde  criança e através de brincadeira com o objetivo alcançar o espiritual sem força, de forma lúdica.
 O processo de formação do filósofo governante começa quando nos jogos proposto para o desenvolvimento físico  o rei-filósofo escolhe os que possuem uma visão de conjunto e assim uma natureza dialética, pois esta pressupõe uma concatenação de saberes para uma única meta: o Bem em si. A partir de então,  estas crianças são introduzidas no ensino da dialética que investiga a essência da realidade em vista da Verdade e do Bem em si; nas disciplinas matemáticas, esta como fator determinante no processo de conversão da alma do governante. A musica, com seu ritmo e harmonia, pressupõe uma matematização do tempo e do espaço. O objetivo maior aqui é o educando conhecer a teoria da harmonia e não necessariamente tocar um instrumento. Esse pensamento se aplica também à geometria, astrologia e a esteriometria. Toda essa abordagem tem como foco político-pedagógico a formação do estadista e tem como paradigma o Bem em si.
“O estadista é necessariamente sábio e virtuoso. A virtude filosófica segue a parte mais divina e superior da alma. A fhronesis, própria à ação política, volta-se para o Bem em si, onde se alicerça o Estado ideal”. Para Platão não merece ser chamado de estadista aquele que governa em prol de interesses próprios.  O verdadeiro estadista (filósofo) é aquele que depois de educado não adquiriu apenas conhecimento, mas chegou além do cognoscível alcançando a essência da realidade: o Bem divino e Este possui portanto a “praticidade de longuíssimo prazo, de duração eterna, como referência maior de justiça para Platão”

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